terça-feira, 15 de março de 2011

Mulheres em Luta!



Durante a manhã do último sábado, dia 12/03, houve em São Paulo um Ato sobre o Dia Internacional das Mulheres organizados pela CSP - Conlutas. Estavam presentes diversos partidos políticos, coletivos, sindicatos, e outras entidades, cerca de 1 mil e tantas pessoas. O dia foi de Luta para as mulheres, palavras de ordem, batuques e força de luta dos participantes; uma marcha da Praça da Consolação até a Praça da Sé.
O Ato representou que a Luta da Mulher por direitos naturais é uma constante, e identificou opiniões a cerca do governo atual, aborto, salários iguais, e estética.

- A FAVOR DA LEGALIZAÇÃO DO ABORTO! A MULHER É DONA DO SEU PRÓPRIO CORPO!
- SALÁRIO IGUAL PARA TRABALHO IGUAL!
- PELO FIM DA VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER!
- CRECHES EM PERÍODO INTEGRAL, GRATUITA E DE QUALIDADE!

quarta-feira, 9 de março de 2011

8 de Março: Dia Internacional das Mulheres

Em 1910, a socialista alemã Clara Zetkin propôs na 2ª Conferência Internacional das Mulheres Socialistas a criação do Dia Internacional da Mulher, em homenagem às 129 operárias da fábrica Cotton (EUA) assassinadas por reivindicar direitos, em 1857. A data ganhou importância em todo o mundo principalmente após o dia 8 de março de 1917, quando as trabalhadoras russas saíram às ruas e precipitaram as ações da revolução socialista.

Somos mulheres em Luta :contra o machismo e a exploração; em defesa da mulher trabalhadora!

No mês de março nós mulheres trabalhadoras estamos nas ruas, nas escolas, nas fábricas lutando contra o machismo e a exploração capitalista que atinge de forma mais cruel ás mulheres trabalhadoras.
Nossa luta é todo dia.Em 2011, pela primeira vez na história do Brasil, uma mulher assumiu a presidência do país. Junto com ela, o maior número de ministras mulheres. Isso não é um fato menor no maior país católico do mundo, onde a cada duas horas a violência machista mata uma mulher. Um país em que elas são a maioria da população, estudam em média mais que os homens, mas ainda ocupam as profissões menos remuneradas e chegam a ganhar até 30% menos para fazer o mesmo trabalho.
Ao assumir o governo, Dilma garantiu aos seus pares um aumento significativo nos salários (62%), inclusive ao dela (132%). Enquanto isso, o salário mínimo teve aumento de apenas R$ 35. Um ataque direto às mulheres, que dentre os que recebem o mínimo representam 53%.
É preciso que sigamos, enquanto mulheres e trabalhadoras, reafirmando a necessidade de que nossas bandeiras feministas históricas seguem sendo nosso combustível para organização e luta das mulheres. Este novo governo nada de novo representa para as mulheres trabalhadoras.Já na campanha eleitoral representou um retrocesso em relação à uma reivindicação histórica das mulheres que é a legalização do aborto. Nossa luta pela libertação das mulheres segue e só poderá ser vitoriosa com o fim desse sistema de opressão e exploração em que vivemos.Não basta ser mulher para fazer avançar os direitos das trabalhadoras, é preciso ser classista e feminista.
Por isso, nossa luta precisa seguir e se fortalecer, nesse dia internacional das mulheres e em todos os dias de nossas vidas.
Construiremos atos unitários por todo país, em base á um programa antigovernista , que exija o reajuste imediato do salário mínimo para as mulheres e homens da classe trabalhadora, igual ao dos deputados,o direito às creches e licença maternidade ampliada, que exija a legalização do aborto já e o fim da violência.


Aumento de 62% do salário mínimo, o mesmo dos deputados!Pelo piso do Dieese;

Anticoncepcionais para não abortar. Aborto legal, seguro e gratuito para não morrer!

Direito à maternidade: a) licença-maternidade de 6 meses para todas as trabalhadoras e estudantes, rumo a 1 ano; b) creche gratuitas e em período integral para todos os filhos da classe trabalhadora;

Pelo fim da violência contra a mulher! Aplicação e ampliação da Lei Maria da Penha! Construção de Casas-abrigo! Punição aos agressores!

Pelo fim da ocupação militar no Haiti. Fora as tropas brasileiras!

Solidariedade e apoio às revoluções árabes.

Ato em São Paulo:
12 de março
Concentração:09h, em frente à Igreja da Consolação, altura do n 605, Centro São paulo

Conteúdo retirado do site: www.mulheresemluta.blogspot.com

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

A Mulher Universitária e as festas



A universidade. O âmbito grotesco do machismo, da mulher-objeto, das festas de pessoas-descartáveis. O assunto 99,9% durante o intervalo de uma aula, palestra, ou evento é a superficialidade de uma festa; como foi a última festa, quem foi, como estava, a bebida estava quente?! Com quantos ficou, não sabia os nomes?! O quê? Ele te agarrou depois de dizer "Xupa Federal!"? Impressões, vivências e opressão(!).
A mulher, a garota, a mina, a adolescente. Oprimida, excluída, e banalizada. Atualmente nas festas da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e em outras festas universitárias fora ou dentro do âmbito são-carlense o valor de entrada para uma festa é inferior ao quanto o homem paga. Somente por ser mulher se paga pouco, normalmente R$15,00, enquanto o homem R$18,00/20,00. O discurso patético é de que o homem consome mais, quando a festa é Open Bar. Esses valores são apenas gerais, há festas que a mulher chega a pagar R$2,00 para entrar, isso quando não paga. A ideologia de mulher-fruta enraiza o histórico arcaico humano. A estética arrebatou a ética visceralmente.
Nota-se também a vulgaridade da mulher ao se "produzir" para uma festa. Inconsciente da dominação ideológica, a universitária se "produz" para uma dança do acasalamento. Um frio horripilante e suas roupas aos farrapos modernos. Minhas palavra soam como conservadoras, porém preservam uma essência de valoração. O que questiono é a desvalorização da mulher. Da mulher como ser humano. Não só (porém mais, segundo meu ponto de vista) da universitária, mas da grande parcela da população brasileira (mundial) de trabalhadoras e donas de casa; as quais são superexploradas dentro do sistema econômico que vivemos, o Capitalismo. Cruel, explorador e destruidor. A trabalhadora além de receber salários inferiores aos seus companheiros, ainda têm que dar conta de fazer o almoço, a janta, lavar e passar, e cuidar dos filhos. Enquanto o trabalhador sofre apenas a exploração do patrão. A mulher, por ser mulher, numa única questão de gênero sofre uma dupla exploração. Na fábrica (pelo patrão) e em casa (pelo marido). A sociedade atual consolidou ideologias burguesas tão fortemente que falar de tais coisas parace asneiras sem fundamento teórico ou, simplesmente, não provocam um interesse aguçado, e isso se dá justamente pelos olhares estarem ideologicamente escravizados pela dominação burguesa. Pra quê saber disso? Isso não me interessa! Não tem nada a ver comigo. Não gosto de política. Eu odeio política. Não vem com essa história de partido de novo, eu quero apenas viver a minha vida e ganhar o meu dinheiro.
Tristemente é o que dizem. Na verdade, são os gritos dos bueiros da universidade. Isso é que me move na luta, sempre. Sem desistir (de ninguém).
"Por que a mulher paga menos numa festa?"
"Por que a mulher tem o salário inferior ao do homem?"
Persisto nas provocações e luto por respostas.

A coisificação do homem e a mulher como objeto

O capitalismo transforma os homens em coisas. Não são o José, o João, a Maria. São o mecânico da oficina, o balconista, a caixa do banco. Sua qualidade é ser torneiro, pedreiro, ajustador. Uma propriedade externa a ele. Maria é uma ótima garçonete, e a ninguém ocorre conhecer realmente Maria, basta ser uma boa garçonete, um “objeto de consumo”, como os produtos que ela serve à mesa. Homens e mulheres ficam “coisificados”.

Conta um trabalhador, que era expositor de produtos em prateleiras de supermercados, que os colegas chamavam uns aos outros pelas marcas dos produtos que expõem, não pelos seus verdadeiros nomes. Um era o Bombril, o outro era o Omo. Ele era o Vodka. Não vem ao caso se a única razão para seu “nome” era o produto que expunha ... mas mostra bem a tendência à coisificação do homem pelo próprio homem.

Este é o quarto aspecto da alienação do trabalho estudado por Marx. Como as relações sociais entre os homens são substituídas pelas relações entre as coisas, que ganham vida, os homens estranham-se mutuamente. O homem não se reconhece em sua própria espécie humana. Ele vê no outro homem um concorrente, um produtor, um explorador, mas não outro homem, com suas qualidades, seus defeitos, suas emoções. Ao não reconhecer a espécie humana no outro homem, este não reconhece a si mesmo.

A situação da mulher

Esta alienação, ou estranhamento, do homem consigo mesmo no capitalismo encontra seu ápice na relação do homem com a mulher. Para Marx, na relação com a mulher como presa e criada da volúpia comunitária está expressa a degradação infinita na qual o ser humano existe para si mesmo. Isto é, a situação degradante da mulher é uma demonstração da situação do próprio gênero humano, já que a relação mais natural entre os homens é a do homem com a mulher, a relação de procriação. Com que o casamento é “uma forma de propriedade privada exclusiva” e a prostituição é “elevada” à categoria de negócio lucrativo, sendo a forma mais degradante de propriedade privada, pois nela o homem usa sua própria espécie como mercadoria, fica claro que vivemos numa sociedade doente, sendo o machismo e o racismo as piores de suas doenças.

O homem só pode emancipar-se quando conseguir transformar a relação natural do homem com a mulher na mais humana das relações, pondo fim ao machismo. Ao mesmo tempo, a luta contra o machismo no capitalismo é parte da luta pela emancipação do homem, que só terá um fim com o fim da propriedade privada, inclusive aquela do homem em relação à mulher.

Luta Mulher!

Não é de hoje que as mulheres brigam por seu espaço na sociedade. Voto feminino, creche nos locais de trabalho, salário igual por trabalho igual, penalização ao estupro, legalização do aborto, etc., fazem parte de uma extensa jornada de lutas que, há muitas décadas, mobilizam mulheres do mundo inteiro. Não há dúvidas de que, em muitos aspectos, conseguimos importantes avanços. Mas num sistema que se reproduz no acirramento das desigualdades, nenhuma vitória é definitiva. É preciso seguir lutando.

A luta contra a opressão e exploração da mulher deve ser encarada, por homens e mulheres, como uma atividade cotidiana. E deve ser uma de nossas principais batalhas nos sindicatos e no movimento. Isso não significa nos afastarmos das lutas mais gerais da sociedade, contra os governos, os patrões e o capitalismo, mas de combiná-las com as reivindicações mais específicas da luta das mulheres. Pois não há saída para as mulheres dentro do sistema capitalista.

A Secretaria de Mulheres do PSTU é parte desta luta: derrotar a burguesia e instaurar o socialismo em todo o mundo. Por uma sociedade sem desigualdade, preconceito e injustiça.

José Luís e Rosa Sundermann: Presentes!



Marisa Carvalho
da redação PSTU

No dia 12 de junho de 1994, José Luís e Rosa Sundermann foram assassinados em São Carlos (SP). Doze anos depois, as autoridades policiais não apontaram um só suspeito pelo crime. Uma impunidade comum aos assassinatos de lutadores sociais.

Os dois eram militantes do recém-criado PSTU e atuavam nas lutas na região, enfrentando grupos políticos e oligarquias, como a dos usineiros. Em 1990 e 1993, haviam dirigido as greves dos cortadores de cana da região.

José Luís era dirigente do Sindicato dos Servidores da Universidade Federal de São Carlos e da Fasubra. Rosa era dirigente da Convergência Socialista (corrente que deu origem ao PSTU) na região e havia sido eleita para o Comitê Central do PSTU, no congresso de fundação do partido, uma semana antes de seu assassinato.

Os dois sempre estiveram presentes nas lutas sociais e mobilizações, enfrentando os interesses dos poderosos, a quem mais interessaria o duplo assassinato. Ainda assim, não são todos os que estão dispostos a correr os riscos que envolvem tal crime. Somente aqueles poderosos que, por já estarem envolvidos em atividades criminosas, sem nunca terem sido punidos, acreditam que um crime a mais não faz diferença.

Esse tipo de perfil se encaixa com o de fazendeiros, latifundiários e agentes da repressão do Estado, que atuam em regiões do país onde o conflito armado e a impunidade de mandantes de crimes são comuns.

Denúncia

Em 2004, dez anos após o crime, os advogados do Instituto José Luís e Rosa Sundermann denunciaram o Estado brasileiro à Comissão Interamericana de Direitos Humanos, por negligência e omissão na investigação do assassinato dos dois militantes do PSTU.

A denúncia foi encaminhada para uma comissão da Organização dos Estados Americanos (OEA) no dia 14 de março daquele ano, e está sob análise. Se acatada, terá início uma investigação, que poderia declarar o Estado brasileiro culpado pela impunidade.

O principal objetivo da iniciativa foi chamar a atenção da opinião pública para o caso e para a omissão das autoridades e do governo. No documento enviado à OEA, os advogados do instituto reiteram que todas as evidências apontam para um crime político: “Nada foi roubado ou foi tocado na casa, nem cartões de crédito, nem qualquer outra coisa. O assassino disparou quatro tiros, dos quais três foram disparos certeiros nas cabeças das vítimas, com total precisão. As circunstâncias deixam claro tratar-se de uma execução fria e calculada, definitivamente obra de profissionais”.

Descaso

A atuação da polícia tem sido marcada por uma investigação inconsistente e pela negativa em tratar o caso como um crime político. Apesar dos inúmeros pedidos de acareações, audiências para ouvir testemunhas e diligências (investigações com deslocamento policial) feitos pelos advogados que acompanham o caso, a investigação nunca ocorreu de forma incisiva, permitindo que a impunidade perdure até hoje.

Outro exemplo do descaso é que as fotos da cena do crime foram queimadas misteriosamente. Até mesmo o pedido de participação da polícia da capital nas investigações foi negado pela Secretaria Estadual de Segurança Pública. As suspeitas do assassinato recaem sobre usineiros e latifundiários da região e até pessoas ligadas à polícia.

Todas as suspeitas dos mandantes levam aos usineiros da região, em especial aos donos da Usina Ipiranga, cujos trabalhadores participaram da greve dirigida por Rosa e José Luis. Denúncias anônimas e um pedido formal de investigação dos usineiros, feito pela Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de São Paulo, foram ignorados.

No dia 24 de fevereiro do ano passado, foi preso Alexandre Titoto, um dos donos da Usina Ipiranga, acusado de matar seu amigo de infância Carlos Alberto de Souza Araújo, vice-presidente do Banco Nacional de Paris no Brasil. Os dois compartilhariam de negócios no mínimo obscuros, como o que teria motivado o crime.

Lutadores assassinados

Essas são as pessoas que a polícia e o Estado brasileiro têm se recusado a investigar por 12 anos. Poderosos, como os que mandaram assassinar sindicalista Gildo Rocha (militante do PSTU, morto pela polícia do Distrito Federal em 2000), líderes sem-terra e a missionária Dorothy Stang, e que acreditam poder continuar contando com a certeza da impunidade.

Doze anos depois, a luta pela terra e por direitos continua matando ativistas, sem qualquer punição. Segundo a Comissão Pastoral da Terra (CPT), em 2005 foram 64 os mortos em conflitos agrários, número 106% superior a 2004. Passados dez anos do massacre de Eldorado dos Carajás, os policiais que comandaram a matança de sem-terra foram condenados, mas recorreram e aguardam a decisão final da Justiça em liberdade.

Somente assassinos frios e calculistas invadem uma casa, na calada da noite, de maneira silenciosa, sem que os vizinhos vejam ou ouçam nada, e matam com tal precisão e frieza. As características do crime indicam uma execução cuidadosamente planejada e executada por profissionais.

O Instituto José Luís e Rosa Sundermann, o movimento popular, familiares, especialistas em direitos humanos, parlamentares, entidades estudantis e sindicais de várias categorias profissionais, a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo e a Ordem dos Advogados do Brasil pressionaram pela realização da investigação.

As recorrentes violações dos direitos humanos, a existência de grupos de extermínio, a violência no campo, persistem porque o Estado não prioriza as investigações. É o caso de Rosa e José Luis.

Os direitos humanos não abarcam simplesmente o direito à vida, mas também o direito à proteção judicial, fazendo com que a impunidade seja uma de suas violações mais graves.

Sendo assim, não nos restam dúvidas. O governo do estado de São Paulo e o governo brasileiro são culpados pelos assassinos de José Luis e Rosa continuarem em liberdade. O crime ocorreu no governo Itamar Franco e não foi solucionado. Por oito anos de FHC, os responsáveis continuaram impunes. E, até ano passado [2010] no governo Lula, nenhum passo foi dado em direção à apuração do assassinato de Rosa e José Luís.

Por isso, não nos calaremos. A campanha continua e exigimos: justiça; apuração do crime; punição exemplar para os culpados.