Em memória de Rosa Sunderman e de todas as mulheres assassinadas por lutarem contra a opressão e exploração dos homens e mulheres da classe trabalhadora (TOLEDO, 2001).
quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011
A Mulher Universitária e as festas
A universidade. O âmbito grotesco do machismo, da mulher-objeto, das festas de pessoas-descartáveis. O assunto 99,9% durante o intervalo de uma aula, palestra, ou evento é a superficialidade de uma festa; como foi a última festa, quem foi, como estava, a bebida estava quente?! Com quantos ficou, não sabia os nomes?! O quê? Ele te agarrou depois de dizer "Xupa Federal!"? Impressões, vivências e opressão(!).
A mulher, a garota, a mina, a adolescente. Oprimida, excluída, e banalizada. Atualmente nas festas da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e em outras festas universitárias fora ou dentro do âmbito são-carlense o valor de entrada para uma festa é inferior ao quanto o homem paga. Somente por ser mulher se paga pouco, normalmente R$15,00, enquanto o homem R$18,00/20,00. O discurso patético é de que o homem consome mais, quando a festa é Open Bar. Esses valores são apenas gerais, há festas que a mulher chega a pagar R$2,00 para entrar, isso quando não paga. A ideologia de mulher-fruta enraiza o histórico arcaico humano. A estética arrebatou a ética visceralmente.
Nota-se também a vulgaridade da mulher ao se "produzir" para uma festa. Inconsciente da dominação ideológica, a universitária se "produz" para uma dança do acasalamento. Um frio horripilante e suas roupas aos farrapos modernos. Minhas palavra soam como conservadoras, porém preservam uma essência de valoração. O que questiono é a desvalorização da mulher. Da mulher como ser humano. Não só (porém mais, segundo meu ponto de vista) da universitária, mas da grande parcela da população brasileira (mundial) de trabalhadoras e donas de casa; as quais são superexploradas dentro do sistema econômico que vivemos, o Capitalismo. Cruel, explorador e destruidor. A trabalhadora além de receber salários inferiores aos seus companheiros, ainda têm que dar conta de fazer o almoço, a janta, lavar e passar, e cuidar dos filhos. Enquanto o trabalhador sofre apenas a exploração do patrão. A mulher, por ser mulher, numa única questão de gênero sofre uma dupla exploração. Na fábrica (pelo patrão) e em casa (pelo marido). A sociedade atual consolidou ideologias burguesas tão fortemente que falar de tais coisas parace asneiras sem fundamento teórico ou, simplesmente, não provocam um interesse aguçado, e isso se dá justamente pelos olhares estarem ideologicamente escravizados pela dominação burguesa. Pra quê saber disso? Isso não me interessa! Não tem nada a ver comigo. Não gosto de política. Eu odeio política. Não vem com essa história de partido de novo, eu quero apenas viver a minha vida e ganhar o meu dinheiro.
Tristemente é o que dizem. Na verdade, são os gritos dos bueiros da universidade. Isso é que me move na luta, sempre. Sem desistir (de ninguém).
"Por que a mulher paga menos numa festa?"
"Por que a mulher tem o salário inferior ao do homem?"
Persisto nas provocações e luto por respostas.
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Fran adorei o texto e o blog, é isso aí, vamo à luta!!!!
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirBem interessante o texto, de fato a figura da mulher é banalizada e denegrida não só pelos homens, mas também por elas mesmas, porém, creio que você seja uma pessoa de opiniões bem extremas.
ResponderExcluirConcordo que o devido grau de radicalismo se faz necessário para buscar Mudanças, porém, não acho que nenhum tipo de pensamento extremo seja saudável.
enfim, parabéns, o post é ótimo.
Uai, se a mulher se sente explorada pelo marido, que converse com ele e, se não resolver, que se divorcie e arranje outro. No mais, isso é uma escolha pessoal de cada mulher. Achar que tudo é culpa do "sistema" é ser inocente demais na minha opinião.
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